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QUEM SOMOS
A Calle2 é uma revista digital que se propõe a ter um novo olhar sobre a América Latina. Cruzamos as fronteiras para mostrar pessoas, lugares, cores e sabores incríveis que fazem do continente latino-americano um dos mais diversos e fascinantes do mundo.
Aqui, você conhecerá destinos turísticos inusitados, pratos típicos, ruas e povoados pouco conhecidos e, principalmente, pessoas e ideias que colaboram para a construção de uma América Latina melhor.
A nossa proposta é olhar, enxergar e retratar o cotidiano do continente, pouco explorado pela imprensa brasileira. Publicamos semanalmente grandes reportagens, crônicas, entrevistas, perfis, ensaios fotográficos e análises que pretendem retratar, além das boas histórias, as injustiças de uma região ainda tão desigual.
É das ruas que surgem as histórias, a matéria-prima do jornalismo. Junto a bons narradores, pretendemos captar esses sentimentos e trazê-los a você, leitor. Revelar pessoas e lugares. Dar um novo olhar para velhos conhecidos. Trazer novas receitas e noticiar os fatos do cotidiano. Nossa voz é a do povo latino: plural, alegre, batalhadora, com preocupação social e muita história para contar. É dessas múltiplas cores que nos alimentamos e seguimos em frente por novas ruas e caminhos.
Esse projeto começou como uma revista impressa. Em 2014, elaboramos uma edição piloto e, com esse exemplar, ficamos entre os três finalistas do Prêmio Brasil Criativo na categoria Mídia Impressa – em que fomos o projeto com mais votos na internet!
A Calle2 nasce de um grande sonho: o sonho de um mundo com menos fronteiras, com mais tolerância e menos preconceito. O sonho de que os latinos se transformem; façam diferente, e façam melhor.
Queremos colaborar para uma melhor integração latino-americana. Somos apaixonados pela América Latina (e por este projeto!). E trabalhamos incansavelmente para que você também se apaixone.
POR QUE CALLE2?
A Calle2 não é uma rua qualquer. É o ponto mais ao norte da América Latina. Fica no povoado de Los Algodones, na fronteira do México com os Estados Unidos, a 241 km de Tijuana.
É uma rua árida e empoeirada, mas simpática. Em quatro quarteirões, a calle 2 tem placas – todas em inglês – de 25 dentistas e nove óticas, que atraem gringos para consultas baratas. Tem um carrinho de cachorro quente, terrenos baldios usados como estacionamento e um moço de chapéu de palha. Tem caminhonetes antigas, uma agência do HSBC, uma padaria e três farmácias. Tem um mercadinho que vende tapetes coloridos, casinhas caindo aos pedaços e três senhoras entediadas sentadas na calçada.
Não visitei a calle 2 (só a vi virtualmente até onde os furgões do Google conseguiram fotografar), mas tenho a impressão de que naquele vilarejo de cinco mil habitantes as pessoas caminham num outro ritmo. O ritmo do deserto.
A calle 2 termina em um posto fronteiriço. Do lado de lá, vira a Algodones Road, ganha uma faixa amarela no meio do asfalto e percorre vários quilômetros no vazio do deserto até chegar à cidade de Phoenix, nos Estados Unidos.
Mas, para nós, a calle 2 é uma rua sem fim. Acreditamos, como Deleuze, que as fronteiras são mais simbiose que separação, mais troca que exclusão, intercâmbio que indiferença. As regiões fronteiriças não separam, elas unem. São pontos híbridos e de encontros – ainda que conturbados – entre duas ou várias culturas.
E essa é a intenção da revista Calle2: colaborar para uma melhor integração do Brasil com os demais países latinos. Queremos mostrar a vastidão dessas terras, dessas culturas e dessas tantas calles 2 que existem nas periferias.
(A calle 2 é, na verdade, uma rua qualquer.)
Uma rua como tantas outras, das periferias da América Latina, que não recebeu um nome. E num acaso ganhou denominação improvisada, cores, pessoas e sentidos… Uma rua que, como tantas outras, é caminho, passagem, mas também moradia. Carrega destinos e significados. É palco, mas também ator principal das boas histórias que pretendemos contar.
Essa revista quer mostrar um pouco da diversidade latina – a cidade onde nasceu o escritor Gabriel García Márquez que nos permite voltar no século passado; o diretor de cinema que filma em guarani e que está invertendo a lógica, levando os Estados Unidos a copiarem um filme paraguaio; o argentino que faz vídeos bem-humorados no YouTube e que transformou o desastre do 7 a 1 em vitória do Brasil sobre a Alemanha.
Não é simples abordar um continente tão vasto e multicultural, mas não temos a ambição de fazer um ‘retrato’ da América Latina. Queremos conhecer um pouco das várias Américas Latinas.
Ana Magalhães • editora da Calle2