Dez bandas hermanas que vale a pena escutar
Cultura

Nove bandas latinas que vale a pena escutar

Você acha que música latina é salsa e merengue? Está na hora de você conhecer grupos de rock, punk, hip hop e eletrônico que confirmam a vocação da região para a mistura e a diversidade

em 20/05/2016 • 01h35
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Para você, que sempre passa pela Calle2, já é corriqueiro o fato de que a maioria dos brasileiros entende como “banda latina” aquelas que cantam em espanhol, tem influência de ritmos típicos como salsa, rumba, e se originam nos países vizinhos. Mas a inspiração dos nossos hermanos é ilimitada. Há um universo de diversidade que nos rodeia e que chega muito pouco até nós, mesmo com as facilidades da internet.

Quem conhece a cena independente brasileira não vai ter muita surpresa: os cenários musicais da maioria dos países de fala hispânica são parecidos com o nosso, tanto na variedade de gêneros e qualidade das bandas, discos e festivais, quanto nas dificuldades enfrentadas pela maioria dos profissionais. Mas isso já é assunto pra outro bate-papo.  O foco aqui é listar alguns dos vários representantes da cena atual, mostrar que muita coisa nasce, cresce e se renova nos mais variados cenários musicais que nos cercam e comentar que há muito o que explorar à nossa volta.

Estamos em um momento ainda um bocado dividido quando o assunto é integração musical. Vemos, de maneira tímida, algumas bandas conseguindo trazer sua música a terras brasileiras. O movimento contrário também acontece, porém não na frequência que a maioria dos artistas gostaria.

As razões pelas quais a música dos vizinhos ainda não é tão conhecida no Brasil são ainda incertas e valeria uma tese de mestrado para destrinchar toda as hipóteses. Mas a internet e veículos especializados estão aí para detonar as barreiras. Se você é “iniciante” na cena atual latina, te convido a começar por aqui. Se já é high user, te convido a conferir, opinar e compartilhar.

Molotov (México)

Um ícone do rock mexicano, surgiu no meio da década de 90, em meio ao auge da insatisfação política no país. Conhecida como uma banda que não fica calada diante de injustiças e desigualdades sociais, tem uma postura atrevida e contestadora. Já estiveram no Brasil duas vezes, mas, nas duas ocasiões, não tiveram a lotação que mereciam.

Hablan por La Espalda (Uruguai)

Há quase 20 anos na estrada, esses uruguaios já passaram por momentos variados em sua carreira, inclusive musicalmente. O que no início já foi chamado de “orgia sonora” ganhou personalidade com o encontro com gêneros musicais folcóricos e acabou se tornando um casamento feliz com o rock.

Systema Solar (Colômbia)

Banda colombiana que abusa dos regionalismos e da diversidade caribenha. Tem forte apelo audiovisual, tanto nos clipes quanto nos shows ao vivo e a fusão se dá com gêneros eletrônicos dançantes.

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Pantéon Rococó (México)

Tem em comum com os compatriotas Molotov, citados acima, a década de nascimento – meados dos anos 1990 – e o fato de, através de suas letras, incomodarem governantes, moralistas, entre outros. O som é dançante, alia ska e punk a ritmos tipicamente mexicanos.

Flou (Paraguai)

Uma das mais representativas bandas de rock paraguaio, tem fortes influências de metal e segue há quase vinte anos na estrada, driblando as dificuldades do rock independente do país. Ocupam posição de destaque no cenário, são atuantes e engajados quando o assunto é mudar e valorizar a cena paraguaia.

Radio Base (Paraguai)

Também paraguaios, mesclam rap, hip-hop e tem grande influência de bandas brasileiras como Planet Hemp e Charlie Brown Jr. As críticas sociais são uma constante em suas letras.

Lemmiwinks (Panamá)

Representantes do punk rock panamenho, fazem rock duro, enérgico e com toques de humor.

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Lolas (Panamá)

Banda feminina de hard rock, chama a atenção pela energia das apresentações e letras duras e com a verdade na ponta da língua. Tudo isso é equilibrado pelo charme das integrantes que lotam shows e tem uma legião fiel de fãs no Panamá, país de origem.

Lucy Fernandez (Panamá)

Uma das bandas de punk rock panamenho mais reconhecida internacionalmente, caiu nas graças de ninguém menos que CJ Ramone que produziu e gravou algumas faixas com o trio.

A lista acima não pretende ser um guia definitivo, mas um ponto de partida para quem tem curiosidade de explorar a nova música deste continente. Aliás, é isso que eu espero que você faça; continue essa lista, pesquisando, perguntando ao colega do lado ou clicando nos “vídeos relacionados”. Continuamos essa conversa na próxima edição, aceita o desafio? Poste no Instagram ou Twitter algum link de áudio/vídeo de alguma descoberta musical sua com a hashtag #listalatinacalle2. Ficarei de olho e vamos continuando essa prosa. Infinitamente, creo yo :)

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